Crianças e doces: melhores amigos ou nem por isso?

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Os doces estão associados a bem estar, conforto e satisfação. Poucas são as pessoas que não ficam felizes com um chocolate, um gelado ou um qualquer bolo bem docinho, verdade? Quantas vezes não compensamos um dia complicado, sentados em frente à televisão com o nosso doce favorito? Também lhe acontece?

Ora, se isto é verdade para os adultos, para as crianças então, nem se fala!

A expressão: “para a criança se calar, um doce tem que se lhe dar” não existe por acaso. Claro que não há mãe ou pai que não faça tudo para ver o seu filho feliz e, muitas vezes, recorremos aos doces para isso. E não há problema porque tudo, mesmo os doces, têm cabimento numa alimentação saudável, desde que os dias com doces sejam a excepção e não a regra.

É de realçar que o excesso de açúcar tem consequências graves na saúde das criança como o excesso de peso/obesidade infantil, as cáries dentárias, a diabetes, a hipertensão arterial e a hipertrigliceridemia. E a verdade é que é fácil uma criança ingerir um excesso de açúcar porque, segundo a Organização Mundial de Saúde1, as crianças devem consumir, no máximo, 6 colheres de chá de açúcar por dia e, por exemplo, só uma lata de refrigerante pode conter 10 colheres de chá. Sabia que em Portugal, em média, o consumo de doces começa aos 12 meses e que, aos 4 anos, mais de metade das crianças já bebe refrigerantes açucarados diariamente e 65% come doces todos os dias2?

Assim sendo, e respondendo à questão colocada no título deste artigo: sim, as crianças e os doces podem ser melhores amigos, mas não se podem “encontrar” todos os dias.

Devem ser aqueles amigos que vivem longe um do outro e que se vêem apenas nas datas festivas. Mas, alegorias à parte, a regra deve ser retardar o máximo possível a inclusão de doces na alimentação das crianças porque, o mais certo, será elas gostarem e, por outro lado, sabemos que a sensação de satisfação causada pelos doces é viciante, por isso, quanto mais comerem, mais querem comer. Quando já não der para protelar mais, habitue o seu filho a associar os doces a ocasiões especiais, desta forma, estará a prevenir um conjunto de possíveis problemas e , vistas bem as coisas, o valor que ele lhes vai dar e a alegria que vai sentir quando comer um vai ser muito maior.

Por fim, quando pensar que doce deve dar ao seu filho, lembre-se que não tem que recorrer só aos que tem à venda nos supermercados. Porque não fazer o doce com ele! Desta forma, controla os ingredientes que coloca, podendo optar pelos mais saudáveis, passam bons momentos juntos e, no final, disfrutam de algo que os dois fizeram.

Deixamos aqui algumas ideias de doces que podem fazer:

Como pode ver, opção saudáveis não faltam, é só escolher! Temos a certeza que vão fazer as delícias dos miúdos (e dos graúdos) aí de casa.

Referências bibliográficas:
  1. World Health Organization, Guideline: Sugars intake for adults and children. 2015, World Health Organization: Geneva
  2. Lopes, C. and et al, Relatório consumo alimentar aos 4 anos: Geração 21. 2014.
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Cátia Gouveia Miguel
Nutricionista Auchan
Nº da Ordem dos Nutricionistas: 1757N