A contagem de calorias pode levar-nos ao desespero. Para além de ter de decorar a tabela dos alimentos, passar a vida a pesquisar a composição dos alimentos na internet (ou mesmo adivinhar a composição das refeições, caso as faça fora), ainda obriga a andar de balança atrás (ou passar a ter um olho-balança para adivinhar o peso dos alimentos) e a um constante cálculo mental ou preenchimento de registos para não se perder.
Se passa a vida a contar calorias, deixe de o fazer. Se quer um controlo mais útil da sua alimentação, mesmo mantendo o seu olho clínico, este artigo é para si. Quando lê a informação nutricional de um alimento, a primeira informação que encontra é relativa às calorias. Estas representam o valor energético total de um alimento, ou seja, expressam a quantidade de energia que esse alimento lhe fornece por cada 100 gramas.
Se é verdade que as necessidades energéticas diárias são variáveis de pessoa para pessoa e que devem ser consideradas na gestão de um peso saudável, também é verdade que as calorias não nos dão toda a informação importante sobre o alimento.
Existem alimentos calóricos que nos fornecem nutrientes indispensáveis. É por este motivo que, ao realizar as suas escolhas alimentares, também deve colocar na balança a quantidade e a qualidade de macronutrientes que esse alimento lhe fornece. Basear a sua alimentação numa contagem diária de calorias é um processo difícil, que gera normalmente stress, uma falsa sensação de controlo e que, acima de tudo, não salvaguarda a ingestão de todos os nutrientes necessários para o seu bem-estar.
Existe uma grande diferença entre comer uma mão cheia de frutos oleaginosos antes de ir para o ginásio e comer um pacote de batatas-fritas sentado no sofá, mesmo tendo um valor calórico semelhante. É verdade que a segunda hipótese pode ser bem mais tentadora (principalmente após um dia sem parar) mas em nada favorece a sua saúde. Por isso, partilhamos consigo quatro pontos importantes, para além da contagem calórica, que o ajudarão a realizar as melhores escolhas:
- Analise a proporção de proteína, gordura e hidratos de carbono totais do alimento;
- Se o alimento for rico em gordura, assegure-se de que provém sobretudo de ácidos gordos polinsaturados e monoinsaturados (ou seja, a maioria da gordura não deverá ser saturada);
- Se o alimento for rico em hidratos de carbono, o seu teor em açúcar deve ser o menor possível;
- Alimentos altamente calóricos devem ser consumidos com moderação e nas quantidades necessárias, considerando o nível de atividade física.
Na hora de retirar o alimento da prateleira, lembre-se de que a contagem que verdadeiramente interessa é a da sua saúde.
Tânia Miguel Soeiro, Coach da Your Challenge, Formadora e Nutricionista do Nutrihome.
Membro da Ordem dos Nutricionistas nº0588N