As alergias alimentares constituem a terceira causa de doenças dermatológicas caninas. As primeiras são as alergias a pulgas e a dermatite atópica, uma doença genética que envolve o sistema imunológico.
As alergias alimentares são reações adversas do sistema imunitário a determinados ingredientes presentes na nossa dieta
Apesar de poderem aparecer em qualquer idade, a maioria dos casos manifesta-se em cachorros com idades inferiores a 6 meses. Pode ainda manifestar-se em animais com 6 ou mais anos. Todas as raças de cães são suscetíveis às alergias alimentares.
Os alergénios, os componentes do alimento que estimulam a alergia, são quase sempre proteínas
Estas podem ser a proteína encontrada na carne de vaca, aves, ovos, soja, cereais de trigo e produtos lácteos. Qualquer proteína normalmente utilizada no alimento pode provocar-nos uma alergia. No entanto, o seu tamanho e estrutura, bem como o tempo a que tenhamos sido expostos à mesma, podem influenciar quando uma reação alérgica é iniciada.
Os sinais clínicos envolvem, geralmente, manifestações cutâneas ou do sistema digestivo, ou ambas
Entre os sinais associados às manifestações cutâneas encontram-se infeções da pele, vermelhidão e prurido (abdómen, cauda, patas, focinho e orelhas), enquanto a diarreia, a perda de peso, a flatulência e o vómito (intermitente ou crónico) são os sinais do trato gastrointestinal mais frequentemente associados.
Uma vez que haja suspeita de quadro de alergia alimentar, o médico veterinário assistente poderá recomendar o fornecimento de uma dieta hipoalergénica especial. O objetivo é impedir que nos alimentemos das proteínas responsáveis pela alergia e, para isso, existem duas estratégias viáveis: a dieta pode ser reformulada com ingredientes que nunca experimentámos (dieta de exclusão) ou optar por alimentos industrializados que contenham proteínas hidrolisadas, ou seja, proteínas de baixo peso molecular não suscetíveis de causar reações alérgicas.