A 14 de Novembro assinala-se o Dia Mundial da Diabetes. A Diabetes Mellitus (DM) poderá ser essencialmente de dois tipos, tipo 1 e tipo 2. No caso da DM tipo 1, não existe prevenção, tratando-se da ausência de produção de insulina pelo pâncreas. Relativamente à DM tipo 2, é possível prevenir através da adoção de um estilo de vida e alimentação saudáveis.
A pessoa com diabetes deve ter particular atenção ao consumo de açúcares. Desta forma, poderá evitar ou prevenir complicações decorrentes desta doença. Em Portugal, dados de 2015 apontam para uma prevalência de diabetes, na população entre os 25 e os 74 anos, de 9,8%1. De salientar que o consumo excessivo de açúcar é um dos fatores que contribuem para o aumento de incidência de Diabetes Mellitus tipo 2. Segundo dados da Balança Alimentar Portuguesa de 2012-2016, a disponibilidade diária de açúcares adicionados totalizaram 88.3g por habitante e por dia. Isto reflete um consumo superior às recomendações preconizadas pela Organização Mundial de Saúde, de até 10% do total de energia diária ingerida2.
Em primeiro lugar, é de extrema importância saber interpretar os rótulos dos alimentos, nomeadamente no que diz respeito aos açúcares.
Para isso, deverá ter em atenção algumas menções presentes na rotulagem alimentar, de forma a fazer melhores escolhas:
- Baixo teor de açúcares – quando o produto não contém mais de 5 g de açúcares, por 100 g, para os sólidos ou de 2,5 g de açúcares, por 100 ml, para os líquidos.
- Sem açúcares – quando o produto não contém mais de 0,5 g de açúcares por 100 g ou por 100 ml.
- Sem adição de açúcares – quando o produto não contém quaisquer monossacáridos ou dissacáridos adicionados, nem qualquer outro alimento utilizado pelas suas propriedades edulcorantes. Caso os açúcares estejam naturalmente presentes no alimento, o rótulo deve também ostentar a seguinte indicação: «Contém açúcares naturalmente presentes»3.
É igualmente importante prestar atenção à lista de ingredientes.
Assim, esta é elaborada em ordem decrescente, sendo que os primeiros ingredientes são os que estão presentes em maior quantidade. Neste contexto, o açúcar pode estar descrito sob diversas nomenclaturas, nomeadamente:
- açúcar
- açúcar mascavado
- frutose
- sacarose
- xarope de glicose
- maltose
- outras denominações terminadas em “-ose”.
Na tabela nutricional poderá encontrar a quantidade de açúcar presente em 100g de alimento.
E será o açúcar todo igual?
O açúcar branco (sacarose) é desprovido de interesse nutricional, pois não contém vitaminas e minerais,. Além disso, contribui diretamente para o aumento da glicemia. O açúcar amarelo e o mascavado, apesar de menos refinados e com algum valor nutricional, devem ser consumidos com moderação. Isto é particularmente importante para pessoas com diabetes.
Existem várias alternativas a estes açúcares
O mais conhecido trata-se da frutose, naturalmente presente na fruta e no mel. Tem igual valor calórico à sacarose, no entanto o seu poder adoçante é maior, e com menor impacto na glicemia. O açúcar de coco tem também um índice glicémico menor, comparativamente ao açúcar branco, tendo algum conteúdo em vitaminas e minerais. Xaropes como o de agave, ácer ou arroz são alternativas efetivas ao açúcar branco, com maior valor nutricional. No entanto, deverão igualmente ser consumidos com moderação.
Por outro lado, os adoçantes naturais (como a stevia) e artificiais (como o aspartame) não são fornecedores de energia, nem contribuem para o aumento da glicemia.
Se tiver dúvidas sobre qual a melhor alternativa para si, ou como interpretar o rótulo de um alimento, consulte a equipa de Nutricionistas do Auchan.
Referências bibliográficas:
- Programa Nacional para a Diabetes. Direção Geral de Saúde
- Balança Alimentar Portuguesa 2012-2016. Instituto Nacional de Estatística
- Regulamento (CE) nº 1924/2006. Jornal Oficial da União Europeia
Daniela Pires, Nutricionista Auchan
Membro da Ordem dos Nutricionistas nº 1929N