Sabia que… a curcuma já é consumida há séculos como especiaria e para fins medicinais?
A curcuma, também conhecida como “açafrão-da-terra” e “açafrão-da-índia” é o rizoma de uma planta herbácea tropical (Curcuma Longa L.) da família do gengibre, com sabor ligeiramente amargo e picante.
Desde há muito cultivada em países do médio oriente, e outras regiões da Ásia, possui um longo historial de utilização:
- como especiaria – entrando na composição do caril, molhos de mostarda, entre outros
- para colorir pratos
- em máscaras faciais
No entanto, a sua utilização sempre se destacou pelas suas propriedades medicinais.
Assim, é utilizada há séculos pela medicina chinesa e ayurvédica, nomeadamente como:
- anti-inflamatório
- em problemas digestivos
- em doenças infecciosas
- em problemas de pele
A curcumina, pigmento principal da curcuma e que lhe confere a cor amarela, é um composto fenólico (antioxidante). Que tem sido alvo de inúmeros estudos devido às suas propriedades:
- antioxidantes
- anti-inflamatórias
- proantivirais
- hipoglicemiantes
- anticancerígenas
No entanto, tem-se verificado que, por diversos motivos, a biodisponibilidade da curcumina é baixa.
Por palavras simples, é pouco absorvida no organismo. Por este motivo, a comunidade científica tem estudado diversas estratégias para reverter esta situação.
Por outro lado, tem-se vindo a descobrir que, além da curcumina, a curcuma é fonte de muitos outros compostos biologicamente ativos. Pensa-se que estes também contribuam para a sua atividade anticancerígena. A composição da curcuma varia muito de acordo com a espécie, locais e condições de cultivo.
Este alimento encontra-se à venda na sua forma fresca (como rizoma de curcuma) ou em pó (geralmente com a designação de “Açafrão-da-Índia”).
No caril, a curcuma geralmente perfaz cerca de 10/15% a 30% da sua composição. Apesar de o teor de curcumina presente no caril, e na curcuma em pó, ser altamente variável, este último contém uma maior concentração deste composto.
O consumo do rizoma fresco parece ser mais vantajoso, perante os relatos científicos acerca da perda de antioxidantes no processo de secagem do rizoma para o fabrico da sua versão em pó. No entanto, como forma de aumentar o consumo deste superalimento, será sempre útil ter em casa a sua versão em pó pela sua fácil adição a confeções, ou até mesmo para ocasiões em que não se tenha curcuma fresca disponível.
Quanto ao valor nutricional, verifica-se que a curcuma em pó:
- é fonte de vitamina K e cálcio
- tem alto teor em fibra, vitamina E, potássio, fósforo, magnésio, ferro e zinco
Há que ter em conta a porção de utilização (1 colher de sopa). Assim, quanto aos valores nutricionais referentes a uma porção, destaca-se a quantidade fornecida de fibra, contribuindo assim para a regulação do trânsito intestinal. Destaca-se também o seu alto teor em ferro, contribuindo para o normal funcionamento do sistema imunitário, redução do cansaço e fadiga e processo de divisão celular.
Sugestões de utilização da curcuma:
A curcuma fresca poderá ser incorporada na alimentação de diversas formas. Poderá, por exemplo:
- triturar e juntar a sumos de fruta, vegetais e smoothies
- cortar o rizoma às rodelas para fazer um chá juntando paus de canela
- ralar/picar e juntar a saladas, sopas, omeletes, bolos/biscoitos ou arroz
Quanto à curcuma em pó, poderá utilizar como tempero, juntamente com outras ervas aromáticas, na substituição do sal. E polvilhar as confeções com a mesma, por exemplo em:
- omeletes
- molhos
- sopas
- lentilhas
- couve-flor
Por forma a aumentar ainda mais o seu consumo, poderá também adicionar mais curcuma em pó ao caril.
Renata Vicente
Membro Estagiário da Ordem dos Nutricionistas nº1911NE