A gelatina é uma proteína solúvel em água, de grande valor e interesse, na medida em que tem a capacidade de formar géis transparentes sob condições específicas. É um derivado proteico obtido como um produto da hidrólise parcial do colagénio. Sendo, subsequentemente, extraída, purificada e seca.
O colagénio tem origem animal sendo a gelatina maioritariamente obtida de fonte suína e bovina, mas também a partir de peixe1. Dependendo das fontes do colagénio e das técnicas de preparação, a gelatina vai apresentar uma estrutura com diferentes propriedades físicas e químicas.
A gelatina tem vindo há muito a ser usada na indústria alimentar.
Nomeadamente como estabilizador ou material de revestimento em:
- sobremesas
- doces
- produtos de panificação
- charcutaria
- gelados
- lacticínios
- entre outros
É também utilizada, pela indústria farmacêutica, na produção de cápsulas, cosméticos, revestimentos de comprimidos e emulsões. E, ainda, na fotografia, em filmes fotográficos. A transparência e o grau de pureza da gelatina são de grande importância, principalmente no que toca a gelatinas utilizadas nas indústrias alimentar e farmacêutica.
A gelatina comercial pura e seca é geralmente de sabor insípido, inodora, transparente e quebradiça.
A dissolução da gelatina pode ser conseguida através da imersão por um curto período de tempo, em água fria. Seguida de aquecimento, ou agitação e adição de água quente, à gelatina hidratada (temperatura final de pelo menos 35 ° C).
Têm sido atribuídos benefícios à gelatina, a nível da saúde óssea e das articulações.
O colagénio é um dos principais constituintes do tecido conjuntivo dos ossos, dentes e tendões. Estando ainda envolvido na estrutura do cabelo, pele e unhas2. A evidência tem demonstrado que a gelatina possui propriedades bioativas benéficas para o tecido ósseo, incluíndo:
- estimulação de osteoblastos
- melhoria da capacidade de absorção de cálcio
- propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes
Assim, pode tornar-se numa nova candidata a uma possível intervenção dietética na prevenção da osteoporose1.
Devido à sua multiplicidade de utilizações e à sua capacidade de conferir volume, e elevado conteúdo proteico (cerca de 90%), a gelatina poderá ser uma aliada na perda de peso e manutenção da massa muscular.
No entanto, é necessário ter em atenção que muitas das gelatinas presentes no mercado possuem a adição de grandes quantidades de açúcar e aditivos. Aumentando consideravelmente o seu aporte calórico e diminuindo o seu valor nutricional. O ideal será adicionar gelatina pura nas suas confeções ou então optar pelas versões sem adição de açúcares ou “10 Kcal”.
Se lhe apetecer uma sobremesa doce, sem ter de descuidar da dieta, veja as nossas sugestões de receitas de sobremesa fresca com gelatina de morango ou de cremoso de gelatina de mirtilo. Como referido, a gelatina tem origem animal. Conheça o ágar-ágar, uma alternativa vegetal à gelatina.
Referências bibliográficas:
- Daneault A, Coxam V, Wittrant Y. Biological Effect of Hydrolyzed Collagen on Bone Metabolism. Critical Reviews in Food Science and Nutrition. 2015; 00–00
- Djagnya KB, Wang Z, Xu S. Gelatin: A Valuable Protein for Food and Pharmaceutical Industries: Review. Critical Reviews in Food Science and Nutrition. 2001; 41 (6): 481–492
Dalila Abreu
Nutricionista Estagiária Auchan
Membro da Ordem dos Nutricionistas nº 2691NE