O alperce (Prunus armeniaca L.), também designado de damasco, pertence à família Rosaceae e é originário da Ásia Central e China1. É um fruto característico do verão e, dependendo das regiões e variedades, começa a florescer geralmente em meados de março.
O número de flores depende de fatores ambientais e genéticos, e das reservas de nutrientes, que foram acumuladas durante a estação anterior. A cor dos frutos maduros varia de amarelo a dourado, e de laranja a vermelho, e a razão entre a polpa do fruto e a semente é um importante fator determinante da qualidade e maturação dos frutos2.
O alperce é uma das culturas mais importantes da região do Mediterrâneo3 (principalmente Turquia, Espanha, Itália e França)4 sendo, atualmente, consumido em todo o mundo.
É uma importante fonte nutricional de fibras, compostos fenólicos, carotenoides e vitamina C3.
Sendo, ainda, fonte de vitamina A, potássio e ácido fólico4. O principal pigmento do alperce é o betacaroteno (principal precursor da vitamina A), constituindo cerca de 50% do seu conteúdo em carotenoides. Os carotenoides são responsáveis pela cor de diversas frutas e verduras, para os quais têm sido relatados benefícios para a saúde. Nomeadamente, atividade antioxidante e proteção contra o stress oxidativo. Com um contributo positivo ao nível de doenças da pele, doenças cardiovasculares, diversos tipos de cancro e doenças degenerativas oculares5.
A conservação do alperce é um desafio.
Uma vez que possui um período limitado de armazenamento (cerca de 2 semanas), durante o qual a fruta perde rapidamente a sua agradável cor laranja e se torna acastanhada3. Isto deve-se a uma alta taxa de respiração e a um processo de amadurecimento rápidos5. Neste sentido, foram desenvolvidos diferentes métodos de conservação, incluindo conserva, congelamento e secagem.
No entanto, o processamento pode alterar a sua composição em nutrientes.
A concentração em nutrientes tende a diminuir pós-colheita durante o manuseio, armazenamento, processamento e preparação do consumidor4. Deste modo, as propriedades do alperce variam em função das variedades, sistemas de cultivo, condições de armazenamento e grau de desenvolvimento.
Para além das propriedades da parte edível do fruto, o óleo da semente pode ser usado em cosméticos e misturas medicinais. Como fonte de tocoferóis, fitoesteróis e ácidos gordos. Extratos da semente também parecem ter efeitos anti-inflamatórios e podem melhorar distúrbios intestinais, como a colite ulcerosa2.
Na altura de escolher os alperces, opte por aqueles que:
- cedam ligeiramente ao toque
- libertem um aroma suave
- apresentem uma cor viva e sem manchas acastanhadas ou amolgadelas na casca
Lembre-se que este fruto amadurece depressa, pelo que deve ter atenção ao seu tempo de consumo. Para que se conserve por mais tempo, poderá mantê-los no frigorífico. O alperce pode ser utilizado em compotas ou sobremesas, ou até mesmo ser utilizado fresco em saladas, para adicionar um toque de frescura e doçura ao seu Verão. Experimente!
Referências bibliográficas:
- Prunus armeniaca. Jardim Botânico utad. 2019
- Moustafa K, Cross J. Production, pomological and nutraceutical properties of apricot. J Food Sci Technol. 2019; Jan;56(1):12-23
- Derardja AE, Pretzler M, Kampatsikas I, Barkat M, Rompel A. Purification and Characterization of Latent Polyphenol Oxidase from Apricot (Prunus armeniaca L.). J Agric Food Chem. 2017;65(37):8203–8212
- Jiménez AM, Martínez-Tomé M, Egea I, Romojaro F, Murcia MA. Effect of industrial processing and storage on antioxidant activity of apricot (Prunus armeniaca v. bulida). European Food Research and Technology. 2007; 227(1), 125–134
- Fratianni A, Albanese D, Mignogna R, Cinquanta L, Panfili G, Di Matteo M. Degradation of Carotenoids in Apricot (Prunus armeniaca L.) During Drying Process. Plant Foods for Human Nutrition. 2013; 68(3), 241–246
Dalila Abreu
Nutricionista Estagiária Auchan
Membro da Ordem dos Nutricionistas nº 2691NE