Faça as pazes com as suas emoções

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A palavra ‘saúde’ aplica-se a todas as esferas da nossa vida. O corpo e a mente não são os únicos que têm de estar saudáveis. O nosso bem-estar nas relações, no trabalho e connosco depende da nossa saúde emocional.

Na consulta de psicologia clínica de Mariana Pereira Saraiva chegam pacientes em “fase de nevoeiro emocional”, conta a médica, em entrevista . Como uma neblina espessa que torna os pormenores da rua indistintos, também “as pessoas não sabem o que sentem ou percebem por que se sentem assim”, e esse é um dos principais sintomas do que a doutora identifica como “pouca saúde emocional”.

Mas, o que é a saúde emocional?

“Uma boa saúde emocional nunca representa a ausência de emoções. Significa sermos capazes de sentir, pensar claramente acerca das nossas emoções e de lhes atribuirmos um significado para agir em
conformidade”, explica Cátia Lopo, uma das fundadoras da clínica Escola do Sentir.

Segundo as médicas, esta capacidade é extremamente importante para alimentar o nosso bem-estar: “É uma alavanca para o nosso sucesso, influenciando todas as áreas da nossa vida”. Caso seja a primeira vez que ouve falar de saúde emocional, vai descobrir que esta pode explicar muitos dos sintomas que possa estar a viver ultimamente.

Alguns sinais comuns, porém, discretos, de falta de saúde emocional são a irritabilidade, distúrbios do sono, dores corporais ou desmotivação. Mas este desequilíbrio ao nível das emoções pode levar a consequências mais sérias. “Sem uma boa saúde emocional, estamos muito mais suscetíveis à doença mental”, explica Mariana Pereira Saraiva. “Frequentemente, encontramos quadros associados a depressão e ansiedade com esta característica”, refere. E este é um problema sistémico.

Segundo a Sociedade Portuguesa da Psiquiatria e Saúde Mental, Portugal é o segundo país da Europa com a prevalência mais elevada de doenças psiquiátricas. Um quinto dos portugueses sofre com alguma doença mental, sendo a ansiedade a mais comum (16,5%)1. Já a depressão afeta cerca de 20% da população portuguesa, ao longo da vida, e é a principal causa de incapacidade2 .

Mas, o que está na base desta falta de saúde emocional?

A resposta pode estar na nossa educação. “Ainda estamos perante uma sociedade que não educa de forma consistente e robusta para as emoções. Desde crianças que somos levados a reprimi-las”, explica Sara Almeida, a também fundadora da Escola do Sentir. Esta tendência poderá manifestar-se em comportamentos simples. “Quando uma criança está triste porque perdeu o seu carrinho favorito, a primeira coisa que dizemos é: «Não chores, não fiques triste, era só um carrinho».”

Embora tenhamos a melhor das intenções, acabamos por alimentar um ciclo de repressão das emoções, que terá consequências no futuro. E uma coisa é certa: “Não é porque ignoramos uma emoção que ela vai desaparecer. Pelo contrário, quanto mais a ignorarmos, mais ficará dentro de nós e nos vai perseguir, gerando sempre algum mal-estar”, referem.

Portanto, como podemos quebrar esta roda de sofrimento?

Primeiro: aceitarmos todas as nossas emoções, perceber que são válidas e têm de ser vividas. Mesmo que nos sintamos tristes, não devemos fugir desse sentimento – antes abraçá-lo e reagir, defende Mariana Pereira Saraiva. E acima de tudo, diz a psicóloga: “O melhor produto para regular as nossas emoções somos nós mesmos”.

“Não é porque ignoramos uma emoção que ela vai desaparecer. Pelo contrário, quanto mais a ignoramos, mais ficará dentro de nós e nos vai perseguir.”

Artigo realizado pela Brand Story Content da Global Media Group para a Revista “A Minha Saúde e Bem Estar” da Auchan, edição nº82, 2022

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Referências bibliográficas:
  1. Sociedade Portuguesa da Psiquiatria e da Saúde Mental. Perturbação Mental em Números. Disponível em Perturbação Mental em Números | SPPSM. Consultado a 16 de fevereiro de 2022 2 Sociedade Portuguesa da Psiquiatria e da Saúde Mental. Perturbações depressivas ou depressão. Disponível em Perturbações depressivas ou depressões | SPPSM. Consultado a 16 de fevereiro de 2022