A nutrição e alimentação são determinantes para a saúde. Desta forma, a sua carência, ou excesso, nos primeiros anos de vida, pode comprometer o crescimento e a maturação do bebé. Assim, é importante, desde a introdução alimentar do bebé, construir uma disponibilidade alimentar saudável para o seu bebé para que o mesmo cresça forte e saudável.
Sendo assim, até ao 2º ano de vida, há uma forte influência do meio ambiente (nomeadamente a nutrição).
Isto devido à elevada sensibilidade e vulnerabilidade das crianças à sua atuação. É uma fase de grande importância para o treino do comportamento alimentar e do apetite. Nesta fase, desenvolvem-se as preferências alimentares da criança. Assim, deverá ser aproveitada para estimular:
- o paladar na direção correta
- a experimentação de diferentes texturas
- a aprendizagem das regras para estar “à mesa”
Deste modo, os objetivos nutricionais e alimentares baseiam-se em preencher as necessidades nutricionais específicas. Assim como em diversificar a alimentação, para promover a aquisição de bons hábitos alimentares. É essencial promover-se, desde logo, o contacto com uma grande variedade de alimentos e texturas. Deste modo, garante-se a manutenção do seu consumo em fases posteriores do crescimento. Estas geralmente apresentam maiores barreiras à experimentação, quer a nível fisiológico, quer a nível de fatores ambientais. É disso exemplo a influência dos amigos ou colegas.
Apesar da desejável diversificação de paladares e texturas, há que ter em conta o risco de asfixia.
Assim, devem ser evitados ou contornando o fator que os torna um risco alimentar.
A partir do 1º ano de vida, a criança deve habituar-se ao padrão alimentar dos pais
- Ao nível dos horários das refeições
Reconhecendo que, muitas vezes, os adultos têm um número de refeições diárias inferior ao desejável. Assim, deverão dar o exemplo e fracionar o seu dia alimentar em intervalos de 2 a 3 horas - Através da constituição da refeição completa
Com sopa como complemento, e não como prato principal. Com a consequente alteração da sua composição. Com prato principal e fruta
É importante que o prato principal não tenha uma quantidade alimentar excessiva. Nomeadamente a nível proteico. Uma porção adequada, até aos 2 anos de idade, equivale a 30 g de carne ou peixe ou a um ovo. O consumo proteico excessivo nesta fase tem demonstrado estar associado ao desenvolvimento de obesidade.
O consumo de refeições com excesso de gordura deve também ser evitado.
Nomeadamente, tendo em conta a sua relação com o desenvolvimento de excesso de gordura no sangue. Como o colesterol elevado, a longo prazo. O sal e açúcar de adição devem ser evitados, idealmente até aos 2 anos de idade. Assim, o paladar das crianças já está naturalmente apto ao sabor doce e salgado. Isto não se verifica para o sabor mais ácido dos hortícolas. Deste modo, estes devem ser fortemente incentivados, neste período. Só desta forma poderá ocorrer familiarização e integração nas preferências alimentares da criança.
Por tudo isto, lembre-se. O comportamento alimentar estimulado e, consequentemente, adquirido terá repercussões na saúde das crianças. No presente e no futuro.

Vera Fernandes
Nutricionista Auchan
Membro da Ordem dos Nutricionistas nº 1581N